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Razão e Emoção

Não
há porque não haver razão e emoção.

Viver exige compreensão e o
constante
extravasamento de nossos

sentimentos e a busca de nosso
equilibrio, ainda
que seja no desequilibrio, na queda, no
titubeio.

Sentimentos não se
excluem, mas se complementam.

Não
se repulsam, mas se
temperam.

M.A. Genebra 2010

domingo, 2 de junho de 2013


LAGARTIXAS. SAPOS. GATOS.

Estou aprendendo,  já tão ida nos anos, mas continuo aprendendo... Conviver e convivendo.

Comigo convivo há muito tempo e me entendo bem... nem preciso mais de botões para poder falar comigo mesma...

Minha mente mantém reservas sobre fatos e atos e luto para remexer  conceitos e preconceitos.... Nem sempre acerto ou consigo passar ilesa por toda esta miscelânea de sentimentos, mas os domino... já aprendi esta parte desumana.

Interessante o que provocamos no outro.... às vezes  uma admiração pura.... e às vezes incompreensão, desconfiança, temeridade.

Verdade que o que vemos no outro é o que nos é comum e aliado ao nosso “mundo “ interior e no anexo- exterior.

Deselegância imaginar que seremos prisioneiros do outro. Nada vale nesta ideia, especialmente se for amizade, pois que pra ser  amigo  prescindimos de engrandecimento, arrastar em si  a plenitude ainda que seja da simplicidade de ver e relacionar-se de outra forma que não a nossa velha conhecida. Como fôssemos outros, por outros  meios e formas.

Falar em amizade: custo em  aceitar amigos que querem me tomar para si... Por que? Não se bastam a si mesmos?  Será que amigos invejam? Será que amigos conhecem limites? Limites pessoais são para todos e serão amigos, aqueles que os respeitar. Não somos  de ninguém...

Aliás, nem a mim mesma me pertenço...

Mas,por outro lado ofereço sinceridade e dignidade. Isto dói às vezes a quem tenha carências de afeto, mas não vou sacrificar  a minha liberdade pessoal  ainda que  firas egos sensíveis.

Minha essência não mudará,  porque se mudar me acabará e se assim for me extinguirei... e eu não consigo acabar comigo mesma... Então continuarei a amar os sapos, os gatos, os pássaros.... e a olhar os edifícios e vidraças empoeiradas, sempre admirada,  o por do sol, o cão que vaga pela rua, os chinelos velhos, as revistas antigas, a louça trincada, a chaleira esfumaçando, o pote de café, a calçada rachada, as folhas secas, a chuva fina, o portão rangendo, a bananeira, o portão enferrujado, o carro velho, as crianças sem saber onde ir, a moça entediada, a velha feliz, o amor nascendo, o bebe rechonchudo, as roupas apertadas, o botijão de gás,  os homens de bermudão, horríveis, as noivas grávidas,  uma Ferrari que passa,  quase nave espacial,  ah, a nave espacial, e a Lua, todos sob o sol.. lá longe o mar e as gaivotas. Sim, golfinhos e baleias. E mais, formigas,  baratas, congestão, milho verde, doce, tanto... tanto....tanto mais...... Como acabar-me?

Amiga e amigo: nem tente me prender....   Sou eu, lembra-se?  E não te prendo também... porque ser humano é isto antes de mais nada? Amar a liberdade do outro e sua grandeza de ser  o que seja....

Lagartixas pra voce!

Pena que carências nos tornem vulneráveis, mas só às vezes.

Vá.

Voe com suas lagartixas pra longe.... mas, se quiser, deixe-as comigo, ficarei bem com elas...

Até breve, mas volte só se tiver vontade adulta de ir e vir.... porque adoro crianças, mas não estamos no momento de agir como tal.... já, como dito, idos na idade, agora temos que ser crianças adultas.

Vá agora.

Bah! 

M.A. Genebra

31.5.2013

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